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fonte: Póvoa Semanário online
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Misericórdia quer mais apoios devido a subida de preços
A provedoria alerta para as despesas crescentes da instituição, apelando à revisão urgente do Sistema de Financiamento das Misericórdias. Em média, cada utente da Santa Casa implica um custo de 800 euros, dos quais apenas 300 são suportados pelo Estado
A Santa Casa da Póvoa de Varzim continua a enfrentar dificuldades financeiras derivadas à prestação do serviço de transporte de doentes com Paramiloidose para a realização de consultas e exames externos. "Foi-nos dito pela ARS-Norte que a Misericórdia deverá inscrever-se como Instituição Transportadora de Doentes, o que ainda não foi conseguido por causa de um conjunto de novas exigências, entre as quais, a aquisição de mais uma ambulância e a formação ou contratação de tripulação especializada, o que não se justifica", garantiu o Provedor Silva Pereira.
Nesse sentido, e apesar do apoio anual acertado com a Associação Portuguesa de Paramiloidose, a Santa Casa poveira "continua a suportar o pagamento de dez mil euros anuais resultantes dos encargos relacionados com a prestação desses serviços", deu conta aquele responsável, apontando também "os sucessivos aumentos do preço do gasóleo como um problema cada vez mais preocupante.
Além do combustível, Silva Pereira referiu-se ainda aos recentes aumentos nos preços do leite, pão e gás, sublinhando "os problemas financeiros que essas subidas têm acarretado para a sustentabilidade da Misericórdia". "O preço do leite subiu 47% e por não termos acesso à rede de gás natural essa factura mensal tem um de mais 5000 euros", exemplificou o Provedor.
Por isso, sublinhou Silva Pereira, "o aumento de 3,1% nos subsídios atribuídos pelo Estado à Misericórdia não é suficiente para cobrir as várias subidas de preços com que a instituição poveira se tem deparado e que, segundo cálculos internos, já atingiram valores globais na ordem dos 9,1%".
Perante o cenário atrás descrito, o Provedor da Misericórdia reafirmou a "necessidade urgente de uma revisão do sistema de financiamento das instituições sob pena de algumas terem que fechar ou reduzir significativamente o seu número de utentes". No caso concreto da Póvoa de Varzim, vincou Silva Pereira, "cada doente implica um custo de cerca de 800 euros, sendo que o Estado apenas comparticipa a instituição em 300 euros, o que é demonstrativo da uma iminente situação de ruptura financeira".
À margem das questões financeiras, e apesar do parecer favorável do Ministério da Saúde à construção da Unidade de Hemodiálise da Santa Casa da Póvoa de Varzim, a Provedoria ainda aguarda pela assinatura de um protocolo que garante o arranque das obras. Esse projecto envolve também a criação de uma Unidade de Saúde Familiar que desanuvie o cenário "de espera" no Centro de Saúde local.
Miguel Pinto
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